12 março 2010

Aqui sim, Amigo Bicho

http://www.spartanburgspark.com/wp-content/uploads/2009/07/Tompkins_Square_Big_Dog_Run1.JPG


Adoro a maneira como o pessoal vê os bichinhos de estimação do lado de cá, creio que seja principalmente em Nova York que impere essa mentalidade. Já que dizem que a população deles aqui é a maior de todas em índices por habitantes. Sim, refletem também a solidão dessa população de 8 milhões de pessoas que vivem se sentindo sozinhas. Aqui o melhor amigo é sim o cachorro, o gato, o coelho, o ferret...enfim. Mas se por um lado reflete um sentimento que poderia ser negativo, por outro mostra que o ideal está muito perto para nossos amigos peludos. Há casos sim de abusos, violência, maus-tratos. Mas queridos, são casos isolados, que vêm a público no maior alarde. Viram capas de jornais, manchetes de TV e a justiça SEMPRE é feita e de uma maneira nada amena! Muito diferente da nossa realidade daquela ilha de lá, onde presenciei, reportei, xinguei, berrei e NADA aconteceu...

PARÊNTESES – Foram casos de donos queimando filhotinhos, batendo com sarrafo em cães, furando olhos, enforcando em árvores, abandonando.....o que aconteceu com os donos??? Provavelmente estão soltos, agora no estágio de violentar crianças!

Olhem só, aqui não há animal solto na rua, abandonado. Isso não é o ideal? Calma, tem mais...Os parques, ah... os parques...TODOS são para o bel-prazer deles. Há espaços em cada parquinho para soltarmos nossos amigos, que interagem com dezenas de peludos de espécies diferentes, na maior paz!!! A Pink já brincou com alguns Pit Bulls...Ela é nervosa, digamos que a mais mal educada por aqui, já que todos são muito bem treinados e bem amistosos. Enfim, o espaços de cães são lindos de ver, sempre me emociono...Chihuahua brincando com Weimeraner, São Bernardo se enroscando com um Lulu da Pomerânia e os Pit Bulls lambendo todos os outros. Adoro principalmente um desses espaços na Washington Square, que é enorme. Olhe as fotos: http://www.pbase.com/hjsteed/wsp_dog_runs

Mas se isso não bastasse, ainda tem mais. Aqui é comum poder levar os dogs para trabalhar com a gente. Num escritório que vou com frequêcia sempre me deparo com alguns, não, não são só os minúsculos que tem essa regalia. Esses dias encontrei um Collie, saindo do trabalho com seu dono. De manhã cedo também vejo executivos todos chiques pegando ônibus ou metro com seu amiguinho na bolsa ou na colera...ADORO!!! Nos anúncios de emprego também é comum a indicação “animal friendly", que quer dizer que você vai poder levar o peludo para o trabalho!! Não é o máximo? Pena que as coletivas que eu vou ainda não são “dog's friendly"... É que o que não podemos negar é a sinceridade dos nossos bichinhos...Imagine se eu levo a Pink – que já é nervosa por naturea - para a coletiva da Zélia Cardoso de Melo?


02 março 2010

Rebolation

Estou há muito tempo para escrever algo sobre minha academia, ou melhor, minha torre de Babel que visito para fazer exercícios. Pago 20 dólares por mês, posso ir todos os dias, quantas horas quiser...Fico pensando que há mais de ano, pagava mais de 100 reais para desfrutar de bons momentos na Racer (academia de Floripa). Desde que cheguei aqui vou na mesma academia que, aliás, é só para mulheres!!! No começo fiquei meio intrigada e cheguei a pensar em desistir... Olhava para os lados e pensava: Nossa, acho que esse lugar engorda... Mas refleti mais e contando que estamos no país do fast food, deve ser normal...Imaginem se elas não fossem na academia? Não estou falando em pneuzinho, mas de obesidade mórbida. Sei que é um problema nacional, problema de saúde pública e não, não estou fazendo piada e nem sou preconceituosa! Mas vamos ao que mais interessa: Hoje fiquei sentada nos equipamentos de musculação assistindo de camarote a uma aula de algo que poderíamos chamar de um rebolation multi-cultural. E bota multi-cultural nisso. Pra vocês terem uma idéia, aqui não tem nada de desfile de moda, nem desfile de corpos semi-nus na academia...Poderia até falar em desfile de moda, visto que encontramos modelítos indianos, árabes, chineses, japoneses e até algo mais justo – usado pela turma da nossa América Latina.

A aula era de free-dance conduzida por um latino-americano cheio do rebolado. Nossa ele é ótimo, faria o povo do tchan babar... A sala tinha mais de 50 mulheres, de todas cores, todos os formatos, todas as nacionalidades e todos os tamanhos. Nessa aula até as indianas tiram aqueles lenços coloridos (sim, elas pedalam na bicicleta com eles – acho até perigoso, imagina se tranca no pedal), as muçulmanas deixam de lado as burcas (idem, do exemplo anterior), as asiáticas esquecem que sempre riem baixinho e assim como todas as outras esquecem qualquer mundo exterior e se entregam ao rebolation. É uma espécie de terapia em grupo, onde não há lugar para nenhuma repressão. O som é salsa e merenge (que todos acham que dançamos também no Brasil). No último volume. Mais de 50 mulheres. Contei nos dedos umas 20 nacionalidades – tinha até a americana :)! Longe do olhar exterior aí foi criado um universo só delas, e olha, sem olhares repressores, sem preocupações mundanas, o rebolation era a palavra de ordem e reunia o mundo, cada uma com seu requebrado. Para muitas, essa era a primeira vez que se entregavam a uma dança onde "solte o corpo e balance muito a bunda, pra lá, pra cá, pra cima e pra baixo..."As “mulheres do oriente” olhavam com admiração o requebra das latinas... e tentavam fazer igual, uma grande festa, que terminou em gargalhadas...

...que foram diminuindo aos poucos a medida que burcas voltaram a cobrir muitas faces.