02 março 2010

Rebolation

Estou há muito tempo para escrever algo sobre minha academia, ou melhor, minha torre de Babel que visito para fazer exercícios. Pago 20 dólares por mês, posso ir todos os dias, quantas horas quiser...Fico pensando que há mais de ano, pagava mais de 100 reais para desfrutar de bons momentos na Racer (academia de Floripa). Desde que cheguei aqui vou na mesma academia que, aliás, é só para mulheres!!! No começo fiquei meio intrigada e cheguei a pensar em desistir... Olhava para os lados e pensava: Nossa, acho que esse lugar engorda... Mas refleti mais e contando que estamos no país do fast food, deve ser normal...Imaginem se elas não fossem na academia? Não estou falando em pneuzinho, mas de obesidade mórbida. Sei que é um problema nacional, problema de saúde pública e não, não estou fazendo piada e nem sou preconceituosa! Mas vamos ao que mais interessa: Hoje fiquei sentada nos equipamentos de musculação assistindo de camarote a uma aula de algo que poderíamos chamar de um rebolation multi-cultural. E bota multi-cultural nisso. Pra vocês terem uma idéia, aqui não tem nada de desfile de moda, nem desfile de corpos semi-nus na academia...Poderia até falar em desfile de moda, visto que encontramos modelítos indianos, árabes, chineses, japoneses e até algo mais justo – usado pela turma da nossa América Latina.

A aula era de free-dance conduzida por um latino-americano cheio do rebolado. Nossa ele é ótimo, faria o povo do tchan babar... A sala tinha mais de 50 mulheres, de todas cores, todos os formatos, todas as nacionalidades e todos os tamanhos. Nessa aula até as indianas tiram aqueles lenços coloridos (sim, elas pedalam na bicicleta com eles – acho até perigoso, imagina se tranca no pedal), as muçulmanas deixam de lado as burcas (idem, do exemplo anterior), as asiáticas esquecem que sempre riem baixinho e assim como todas as outras esquecem qualquer mundo exterior e se entregam ao rebolation. É uma espécie de terapia em grupo, onde não há lugar para nenhuma repressão. O som é salsa e merenge (que todos acham que dançamos também no Brasil). No último volume. Mais de 50 mulheres. Contei nos dedos umas 20 nacionalidades – tinha até a americana :)! Longe do olhar exterior aí foi criado um universo só delas, e olha, sem olhares repressores, sem preocupações mundanas, o rebolation era a palavra de ordem e reunia o mundo, cada uma com seu requebrado. Para muitas, essa era a primeira vez que se entregavam a uma dança onde "solte o corpo e balance muito a bunda, pra lá, pra cá, pra cima e pra baixo..."As “mulheres do oriente” olhavam com admiração o requebra das latinas... e tentavam fazer igual, uma grande festa, que terminou em gargalhadas...

...que foram diminuindo aos poucos a medida que burcas voltaram a cobrir muitas faces.


Nenhum comentário:

Postar um comentário